ECONOMIA: Black Friday bate recordes no online, mas decepciona nas lojas físicas

 

A Black Friday deste ano, que aconteceu no dia 27 de novembro, cumpriu as expectativas dos especialistas em comércio: teve grande destaque no meio digital, mas faturou pouco nas lojas físicas. Esse movimento já era esperado antes mesmo de a situação da pandemia se agravar novamente no país, já que as compras online há algum tempo se apresentam como a opção mais segura e os brasileiros estão muito mais ligados à internet.

Um levantamento realizado pela Neotrust/Compre&Confie relatou que o faturamento das vendas online na data foi de R$5,1 bilhões, número 31% maior do que o registrado na edição do ano passado da Black Friday. O valor das vendas representa um recorde histórico no Brasil: em todos os tempos, foi o dia de maior faturamento do e-commerce nacional.

O resultado superou as expectativas do comércio. Um estudo divulgado antes da Black Friday, realizado pela Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), estimava que o aumento nas vendas deste ano seria de 27% em relação ao ano passado.

O número de compras também foi bem superior ao de 2019. Foram 7,1 milhões de transações, 24% a mais do que em 2019. O tíquete médio, que representa o preço de cada pedido, foi 5,1% maior do que na última edição, alcançando R$668,60. O Nordeste foi a segunda região brasileira que mais comprou na Black Friday, sendo responsável por 15,9% de todas as transações na data, atrás apenas do Sudeste.

Além do sucesso de faturamento no dia 27, a Black Friday de 2020 também foi muito positiva no que diz respeito às ofertas antecipadas. Várias lojas começaram a anunciar promoções especiais já no início do mês de novembro e se deram bem com as vendas.

No entanto, um levantamento realizado pelo site especializado GUIA55 mostrou que o número de pesquisas na internet pelo termo “Black Friday” foi 25% menor do que no último ano. Este dado mostra outra tendência no comportamento do consumidor, que chegou ao dia 27 de novembro já sabendo o que iria comprar, focando nos sites de e-commerce.

Se o comércio online ainda comemora o sucesso da Black Friday, as lojas físicas não podem fazer o mesmo. Em anos anteriores, era comum ver filas em portas de lojas, até mesmo antes da abertura. Neste ano, mesmo com a redução da capacidade de público dos estabelecimentos, devido às limitações da pandemia, não foram registradas filas nem nas maiores lojas.

Outro ponto negativo da Black Friday 2020 foi a volta da polêmica em relação às fraudes nos preços. Muitas lojas virtuais causaram desconforto após oferecer “falsas promoções”, em que eram anunciados descontos, mas na verdade o preço não estava condizente com a realidade. Na Bahia, o Procon flagrou 27 lojas físicas e 29 e-commerces praticando alguma irregularidade no dia, após a fiscalização de 75 lojas e 87 sites.

JORNAL NOVA FRONTEIRA