Pesquisa da USP sugere testagem para infectados voltarem ao trabalho
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Um homem de 38 anos permaneceu com o novo coronavírus sendo detectado em seu organismo durante 232 dias. O caso foi acompanhado por pesquisadores da Plataforma Científica Pasteur, da Universidade de São Paulo.
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Os cientistas também identificaram que o vírus da Covid-19 realizou mutações dentro do corpo do paciente, durante o período em que permaneceu ativo. Para os pesquisadores, as mutações permitiram que o parasita sobrevivesse por mais tempo às ações do sistema imunológico do hospedeiro.
O homem apresentou sintomas leves da doença durante 20 dias e, depois, ficou assintomático pelos 212 dias posteriores. Durante esse período, ele foi mantido em distanciamento social e com uso de máscaras, para evitar a disseminação do vírus.
O caso fez parte de um estudo com vários pacientes para estudar a atividade do novo coronavírus no organismo humano. O estudo apontou que 8% dos pacientes permanecem com o vírus ativo no corpo até uma média de 30 dias após o fim dos sintomas. Quem explica é o pesquisador da Plataforma Científica Pasteur, Marielton dos Passos Cunha.
Com a probabilidade de que 8 em cada 100 pessoas com Covid-19 permaneçam com o vírus ativo no corpo por tanto tempo após o fim dos sintomas, podendo chegar a mais de 200 dias em casos extremos, os pesquisadores da USP afirmam que todos os pacientes deveriam ser testados antes de serem liberados ao trabalho e ao convívio social. Para a coordenadora da Plataforma Científica Pasteur, Paola Minoprio, o isolamento recomendado pelo Ministério da Saúde de 5 dias após o fim dos sintomas não é suficiente.
Agora que os pesquisadores da USP descobriram que o novo coronavírus pode permanecer ativo por muitos dias após o fim dos sintomas, o próximo passo dos cientistas é entender o quão transmissível o vírus pode ser ao longo desse período.
Edição: Roberto Marques Piza / Guilherme Strozi
Agência Brasil