Pequi é estudado como biolubrificante na Universidade Federal do Ceará

Produto pode ser usado em motores automotivos e na indústria


O pequi, especiaria da culinária tradicional do Cariri e da região central do Brasil, está sendo usado de forma pioneira por pesquisadores da Universidade Federal do Ceará (UFC) para produção de lubrificantes de base biológica.

O fruto do pequizeiro é uma fonte oleaginosa muito explorada na área de alimentos e também na cosmetologia. Porém, ainda não havia sido utilizado como matéria-prima para produção de biolubrificante e biocombustível. A professora Nágila Ricardo, do Departamento de Química Orgânica e Inorgânica da UFC, orientadora da pesquisa, destaca a qualidade do óleo lubrificante fabricado a partir do pequi.

“E um produto que apresenta um elevado índice de viscosidade que não irá sofrer uma redução da sua performance com a variação da temperatura, e que também pode ser utilizado em ambientes de climas mais frio por não cristalizar em temperaturas baixas, situação de alguns países da Europa e América do Norte”.


O produto manifesta diversas vantagens aos similares de origem mineral. Motores automotivos, por exemplo, serão os principais beneficiados com o novo biolubrificante, uma vez que o componente livra as engrenagens de oxidação, como destaca a professora Nágila Ricardo.

“Esse lubrificante de pequi, de acordo com os testes de viscosidade obtidos, pode ser usado como agente lubrificante ara motores automotivos, óleo para engrenagens, fluido hidráulico e de corte. Esses biolubrificantes, por serem produzidos a partir de uma fonte oleaginosa rica em antioxidantes, pode ser considerado mais estável quanto ao fenômeno de oxidação e pode aumentar a vida útil do biolubrificante.

A professora esclarece que, para o meio ambiente, o lubrificante produzido a partir do pequi é uma alternativa de natureza renovável, biodegradável e atóxica.

Edição: Rádio Nacional/ Sumaia Villela