Privatização e economia assumem pauta do 3º bloco do debate da TV Globo

 

Privatização e economia assumem pauta do 3º bloco do debate da TV Globo
Foto: Marcos Serra Lima/g1



O terceiro bloco do debate realizado pela Rede Globo na noite desta quinta-feira (29) foi, assim como o primeiro, direcionado por temas livres. O assunto economia e privatização foi o mais falado pelos participantes.


Logo no início, o presidente Jair Bolsonaro (PL), por definição de um sorteio prévio, convidou o cancidato do novo Luiz Felipe D'Ávila (Novo) a comentar sobre suas propostas para o controle da inflação e para o aumento de índices como o Produto Interno Bruto (PIB).


No tempo que foi reservado para sua resposta, D'Ávila fez questão de evidenciar as suas políticas em prol da desestatização de empresas e a sua preocupação quanto ao retorno da esquerda ao poder. O ponto foi alvo de concordância pelo presidente, que comentou sobre as oportunidades que o seu projeto de governo tem para o mercado.

Em seguida, que foi ao centro do estúdio e convidou o ex-presidente Lula (PT) foi o candidato do PTB, Padre Kelmon. O baiano questionou ao pernambucano sobre os escândalos de corrupção investigados durante os governos petistas. O tema motivou uma discussão entre os dois.

Foi necessária a intervenção do apresentador do debate e editor do Jornal Nacional, William Bonner. Não apenas uma vez, mas durante quatro vezes.

"O candidato está desinformado ou só lê o que quer. A corrupção desse país tem duas coisas para dizer...", iniciou Lula, que logo foi interrompido pelo dito sacerdote. Bonner então relembrou ao candidato sobre as regras do programa.

Lula então falou sobre a suspeição da Operação Lava Jato e os processos que foi absolvido. "Quando quiser falar de corrupção olhe para outro e não para mim", sugeriu o ex-presidente. Após essa fala o padre se manifestou.

Bonner se dirigiu ao público e pediu desculpas pela confusão formada no estúdio. Com a palavra Kelmon voltou a mentir durante o embate, acusando Lula de intolerância religiosa contra sacerdotes, templos religiosos e cristãos.

"Tenho uma história de vida que talvez o senhor não conheça", se defendeu o petista, chamando Kelmon de "impostor". "Não sei como conseguiu enganar tanta gente", provocou Lula, sob protestos do oponente.

Desconcertado, William Bonner chamou a atenção de Kelmon, pedindo para que o postulante lhe olhasse de maneira respeitosa: "O senhor instituiu uma nova regra nesse debate". Bolsonaro pediu direito de resposta, mas sequer foi citado, portanto o pedido foi negado.

Finalizado o embate, Felipe D'Ávila convidou a senadora Simone Tebet (MDB) a comentar sobre seu plano de desestatização de empresas públicas. Ela prontamente respondeu: "Aquilo que é bom tem que ficar na mão do Estado". De acordo com a sul-matogrossense, a oferta da saúde e outros serviços essenciais deve permanecer no âmbito público.

No quarto embate, o pedetista Ciro Gomes foi o responsável por chamar atual presidente para a bancada localizada no centro do estúdio. O ex-governador do Ceará expôs o impacto direto da corrupção no governo Bolsonaro na economia do país, que se defendeu dizendo não haver corrupção generalizada na sua gestão ou na sua família. "Estamos recuperando a economia", justificou Jair.

Ciro então se concentrou em falar sobre a venda de ativos do Estado brasileiro por valores, segundo ele, abaixo do mercado. Um dos equipamentos citados foi a Refinaria Landulpho Alves, em São Francisco do Conde (BA).

O ex-ministro sugeriu ao presidente da República o fim do "Orçamento Secreto", estratégia de distribuição de emendas sem critérios técnicos, que, segundo Bolsonaro , não seria de sua ingerência. "Governo limpo, sem corrupção, orgulho nacional", categorizou o ocupante da Presidência ao falar sobre seu mandato.

Em sua oportunidade de convidar, Lula chamou Ciro para que ele comentasse sobre suas proposições para a cultura e o questionou sobre sua opinião acerca do desmonte do campo. Gomes então disse que pretende rever a lei de fomento, incentivar as manifestações populares, recriar o Ministério da Cultura e reestruturar órgãos como a Funarte. Não obstante, o ex-ministro de Lula falou sobre supostas relações do ex-presidente com grupos econômicos e grandes empresários do setor.

Quinta convocada, Soraya Thronicke (União) provocou, mais uma vez, o último presidenciável disponível: Padre Kelmon. Quase deixando seu tempo se esvair, ela questionou o baiano sobre suas propostas para a Educação.

O assunto educação voltou para a pauta do debate logo em seguida, quando Tebet chamou a também senadora Soraya Thronicke para que ela falasse sobre suas propostas para a melhoria do sistema educacional brasileiro. Em resposta, a ex-aluna da sul-matogrossense criticou desde a merenda escolar aos escândalos envolvendo grandes nomes do Ministério da Educação durante o governo Bolsonaro.

Já na virada para a sexta-feira (30), Simone aproveitou o tempo para reforçar o seu programa de transferência de renda aos alunos do Ensino Médio e, logo depois, Thronicke disparou críticas à privatização de empresas públicas.

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