Em 1980, o título brasileiro foi uma espécie de marco: o Flamengo cruzava a fronteira do Rio de Janeiro, levantava seu primeiro grande troféu nacional. Foi o ponto de partida para quatro anos que mudaram todos os julgamentos em torno do clube, criaram uma espécie de parâmetro inatingível com três títulos nacionais, uma Libertadores e um Mundial. Desde então, era como se o clube vivesse eternamente em busca de um reencontro quase impossível com uma era tão gloriosa.
Conquistas separadas por quatro décadas podem ser comparadas em números, jamais em sensações. O futebol é feito de experiências, de memórias afetivas. Se é impossível reproduzir o que era o mundo de 40 anos atrás, imaginemos as percepções em torno de um time de futebol. Cada título se vive de uma forma, não há dois campeonatos iguais. De todo modo, o que desde então pareceu impossível, aconteceu: o Flamengo voltou a produzir quatro anos que, se não igualam, ao menos permitem lembrar a Era Zico. Os pioneiros serão sempre lembrados como tal - e como campeões mundiais. Mas o time de Gabigol, Éverton Ribeiro, Arrascaeta e Filipe Luís devolveu ao clube a sensação de como é viver um período de tamanha pujança, de tamanho poderio esportivo. O direito de lembrar como é erguer taças importantes num espaço de 10 dias ou menos. Como em dezembro de 81, sempre lembrado na música da torcida.
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