Dólar opera em queda nesta quarta-feira, com sinais do Fed no radar

Na véspera, a moeda norte-americana subiu 0,50%, cotada a R$ 5,1932.

O dólar opera em queda na sessão desta quarta-feira (8).

Às 10h30, a moeda norte-americana caía 0,74%, cotada a R$ 5,1550. Veja mais cotações.

Na véspera, o dólar fechou em alta de 0,50%, cotada a R$ 5,1932. Com o resultado, a moeda passou a acumular perdas de 0,61% no mês e de 1,61% no ano.

O que está mexendo com os mercados?

Ontem, todas as atenções do mercado ficaram com o depoimento de Jerome Powell, presidente do Fed sobre a política monetária nos EUA ao Comitê de Assuntos Bancários, Habitacionais e Urbanos do Senado. Durante o discurso, Powell afirmou que o BC norte-americano pode revisar o ponto final de parada do aumento de juros no país.

"Os dados que vimos até agora, e ainda temos outros dados para ver, ainda temos dados significativos para ver antes da reunião, sugerem que a taxa final que definirmos pode muito bem ser maior do que a que definimos em dezembro”, disse Powell ao Comitê Bancário do Senado.

O discurso aumentou a percepção de que o Fed poderá elevar sua taxa básica de juros em 0,50 ponto percentual (p.p.) na próxima reunião, e não em 0,25 p.p.

Nesta quarta-feira, Powell, fará, às 12h, o testemunho semestral sobre política monetária ao Comitê de Serviços Financeiros da Câmara dos Representantes dos EUA.

Além disso, o Fed divulga às 16h o "Livro Bege", um sumário das condições econômicas atuais que servirá de base para as discussões de política monetária no encontro programado para os dias 21 e 22 de março.

Juros mais altos nos Estados Unidos elevam a rentabilidade dos títulos públicos do país, que são considerados os mais seguros do mundo. Isso favorece o dólar frente a outras moedas e impacta principalmente países emergentes, como o Brasil.

"Com os bancos centrais determinados a defender sua credibilidade, é provável que os juros subam mais e permaneçam em níveis restritivos por mais tempo do que os mercados atualmente esperam, particularmente nos EUA e no Reino Unido", disse Matthew Quaife, da Fidelity International, à agência Reuters.

"Acreditamos que esse aperto acumulado levará a um crescimento mais lento e, finalmente, a recessões cíclicas nos EUA, Europa e Reino Unido ainda este ano ou no próximo."

Ainda nos EUA, o Escritório de Estatísticas do Departamento de Trabalho dos EUA divulga, às 12h, a pesquisa de abertura de vagas Jolts referente a janeiro. Em dezembro de 2022, foram abertas 11,012 milhões de vagas. Expectativa de abertura de 10,5 milhões.

Na Europa, o PIB da zona do euro ficou estagnado no 4º trimestre de 2022 em relação aos três meses anteriores, disse a agência europeia de estatísticas, revisando ligeiramente para baixo os números de crescimento de atividade e de emprego.

Na comparação com o mesmo período do ano anterior, a zona do euro registrou expansão de 1,8%, informou a Eurostat em comunicado. Em 14 de fevereiro, a agência havia divulgado estimativas preliminares de 0,1% na comparação trimestral e de 1,9% na base anual.

As revisões ainda confirmaram que a zona do euro evitou por pouco uma recessão técnica anteriormente esperada.

Sobre emprego na zona do euro, o número foi para 0,3% em relação ao trimestre anterior, de 0,4% relatado anteriormente. Na base anual houve aumento de 1,5%, em linha com as estimativas anteriores. Isso elevou o número total de pessoas com empregos para 165 milhões, 3,6 milhões a mais do que no final de 2019, pouco antes da pandemia de Covid-19.

G1